A internet é um projeto em constante desenvolvimento, sendo guiada pelo comportamento tecnológico da sociedade. Entre as suas fases nos deparamos com a ‘’web 1.0’’ e a recente ‘’web 2.0’’, mas o que define cada uma?
Web 1.0 (anos 90 até 2004): Considerada primeira fase da internet, ficou marcada pelo acesso rápido a informação, onde os usuários consumiam conteúdo sem nenhuma ou pouquíssima interação. O poder da comunicação pertencia a grandes portais (UOL, IG e TERRA), que manipulavam as informações de acordo com seus objetivos.
Web 2.0 (2005 até hoje): Com a criação das redes sociais, os usuários passaram de leitores passivos para protagonistas da sua atuação dentro do projeto internet, criando conteúdos compartilháveis e alimentando plataformas, possibilitando que os mecanismos de buscas criassem estratégias de SEO, oferecendo respostas rápidas e assertiva as e melhorando a experiência dos usuários. O que causou um aumento significativo no volume de dados gerados diariamente e fez com diversas empresas começaram a ver nessas informações uma forma de lucrar ainda mais, não apenas criando produtos customizados, mas coletando dados e vendendo-os. Ou seja, o poder da informação nas mãos das grandes empresas.
As virtudes alcançadas na web1 e web2 serão a base, mas estrutura da web3 será a inovação.
A nova fase da internet, nomeada como Web 3.0, é descentralizada e propõe que nenhuma empresa detenha o controle sobre a rede.
A LGPD foi o primeiro passo para a garantia de uma performance segura na WEB 3.0
Em 2020 entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), com o objetivo de regulamentar a utilização de dados pessoais por parte das empresas e evitar seu uso indevido ou não autorizado. Na LGPD, o consentimento do titular dos dados é considerado essencial para o tratamento de dados pessoais, regra excepcionada nos casos previstos no art. 11, II, da Lei.
Em casos de descumprimento da lei, a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais) aplica penalidades, podendo resultar em sanções administrativas diversas como advertência, multa simples, multa diária, publicização da infração, bloqueio dos dados pessoais e eliminação dos dados pessoais.
As empresas, de todos os tamanhos e segmentos, precisam estar de acordo com a LGPD.
Mas afinal, como a web 3.0 funciona?
A web 3.0 também é conhecida como Web Semântica (Web Inteligente), e tem a capacidade de interpretar os dados coletados e estruturar uma comunicação homem máquina intuitiva e segura através de recursos como inteligência artificial, machine learning e blockchain.
A Inteligência Artificial (IA) processa grandes volumes de dados digitais e algoritmos, permitindo ao sistema ler e interpretar padrões e informações para aprender automaticamente. É importante destacar que o sistema de IA precisa ser constantemente alimentado com novos dados.
A tecnologia que permite a tomada de decisões sem a necessidade de que o sistema seja programado para chegar a uma determinada conclusão é a Machine Learning. As máquinas analisam os dados de consumo dos usuários para identificar padrões e sugerir conteúdo ou produtos de acordo com as expectativas dos usuários.
Já a Blockchain é um termo para tecnologia de registros, um livro razão compartilhado e imutável, que armazena as informações das transações em lotes protegidos por criptografia. Uma rede blockchain pode acompanhar pedidos, pagamentos, contas, produção etc. As transações não podem ser alteradas ou excluída, garantindo a segurança dos dados.
Como a descentralização afetará as empresas?
A descentralização é a garantia do protagonismo do usuário no cenário digital, alterando toda a infraestrutura da internet.
Com a liberdade para criar as próprias experiências, os usuários dificultarão o alcance do marketing digital, evitando, por exemplo, os anúncios digitais com maior facilidade. Exigirão personalidade, proximidade de valores e alinhamento de pensamento. Presença digital consolidada e posicionamento inovador.
Otimizando o cenário digital, a web 3.0 criará um ambiente dinâmico e acelerará os negócios e empresas tradicionais correm o risco de se tornarem obsoletas no momento da virada de paradigma.
A Google Inc, por exemplo, passou a última década garantindo a aquisição de empresas que trabalham com as tecnologias da Web Semântica, como a Applied Semantics, e a Metaweb Technologies, Inc., entre outras.
E-commerce 3.0: Outras possibilidades de negócios também passam a ser realidade.
Os consumidores buscam controle e conveniência em suas compras e a tecnologia Blockchain permitirá ambos.
As criptomoedas e NFTS estão ganhando confiança na web2, se consolidarão na web3, com o ambiente confiável. Criptomoedas são moedas digitais descentralizadas, criadas em uma rede blockchain a partir de sistemas avançados de criptografia que protegem as transações, suas informações e os dados de quem transaciona. E NFTs (non-fungible token) é um identificador único que pode provar a propriedade de bens digitais, permitindo que um arquivo digital tenha uma identificação que a difira de suas cópias.
Na verdade, aqueles que não atualizarem suas plataformas de e-commerce para aceitar criptomoedas e NFTs provavelmente perderão negócios. A Web3 descentraliza os aplicativos da mesma maneira que as criptomoedas descentralizam o dinheiro.
Mesmo a inteligência artificial e a machine learning como protagonistas da web 3.0, os chatbots são uma crescente tendência no e-commerce nos últimos anos. Sendo personalizáveis e vistos como avatares das empresas, utilizam a inteligência artificial e leitura de banco de dados para suprir o atendimento humano, disponíveis 24hrs. Muitos consumidores optam por tirar dúvidas com bots, devido a acessibilidade fácil e respostas rápidas, garantindo uma experiência otimizada.
Estar por dentro dos avanços da Web 3.0 é importante para preparar futuras ações, planejar como você vai se posicionar e garantir sucesso durante a transição.
Autor(a)
Jessica Vieira
Estudante de marketing e data science com um all star amarelo, paixão por inovação e felinos. Meu principal objetivo é inspirar pessoas e conhecer o mundo através da transformação digital. Pegue sua xícara de café, vamos conversar sobre tecnologia?